Salta, para nossa alegria, ainda não é tão explorada pelo turismo em massa.
É uma cidade Argentina, um vale verde lindíssimo cercado por uma grande área árida/desértica.
Para mim, até agora em nossa viagem, ganha o título de melhor comida. Em segundo lugar estaria Fernando de Noronha, nossa saborosa comida nordestina.
Recentemente, uma querida amiga nos pediu dicas para ir visitar Salta – até me surpreendi em constatar que são apenas 27h de carro entre Floripa e Salta. Entao, já que reuni as dicas para ela (e ao perceber que é muito possível fazer esse passeio de carro do Brasil), decidi fazer uma postagem sobre.
Dicas Gerais
- Não passe pelo território Paraguaio, já entre do Brasil direto na Argentina pois é mais fácil transitar por lá;
- O único documento extra que você precisa para entrar com seu carro na Argentina é o Seguro Carta Verde. Não é necessário nem passaporte, nossa CNH e RG são válidos por lá. Se você já possue seguro para seu carro no Brasil, entre em contato com eles para ver se eles vendem o Seguro Carta Verde. Se eles não venderem, você consegue na fronteira (do lado do Brasil antes de cruzar). É necessário mostrar o seguro para poder entrar na Argentina;
- Em questão dos acessórios no carro, é necessário: extintor, 2 triângulos, Cambão e Kit de primeiros socorros. Se você tiver uma camioneta ou veículo maior, também é necessário um adesivo de velocidade máxima. Já ouvi que apenas veículos para transporte comercial de pessoas e produtos precisa do adesivo, porém na regra oficial vimos camionetas, sem especificação, então decidimos seguir para evitar problemas. O adesivo pode ser comprado num posto de gasolina já na primeira cidade Argentina (sei que a rede Shell vende de certeza);
- Também recomendamos comprar um chip de celular Argentino para ter acesso à internet e também para poder fazer chamadas se necessário. Na Argentina, o extrangeiro tem que registrar seu documento ao chip pré-pago, por isso você tem que ir à uma loja da operadora (ex: Movistar ou Claro). Se você tem uma conta pós-paga com a Claro no Brasil, pode dar uma olhadinha no plano Sul Americano que eles tem e ativá-lo para continuar a usar seu chip fora do país;
- O Google Maps funciona muito bem para transitar pela Argentina. Faça o download do trajeto offline pois há trechos na estrada sem sinal. Também recomendamos ter um suporte para celular que encaixa ao ar-condicionado do carro para regular a temperatura do aparelho e aguentar ficar ligado tantas horas;
- Quanto a corrupção policial, há muitas barreiras policiais na Argentina. O que vimos que nos ajudou muito foi ter uma câmera anexa ao para-brisas (com a câmera filmando a estrada – e que pegue a cara do policial que fica normalmente do lado do motorista). Só ligávamos a câmera quando víamos que havia uma barreira à frente. Isso inibiu o pedido de propina (umas 3-4 vezes tivemos a impressão de que o policial estava mal intencionado e que se não fosse pela câmera, talvez teríamos problema;
Na cidade de Salta, além dos restaurantes, recomendamos caminhar pelo centrinho para ver a charmosa arquitetura. Também o Parque San Martín e o teleférico que leva ao Cerro San Bernardo. Subimos de teleférico e descemos de pé – a estrada leva ao Museo Arquiologico.

O museu mais famoso da região é o MAAM (Museo Arqueológico de Alta Montanha), pois tem o corpo congelado e preservado de 3 crianças (vítimas de um ritual de sacrifício Inca). Foi interessante conhecer, mas me senti muito mal de ver. Ele fica na Plaza 9 de Julio que é uma praça legal de conhecer também.
Para comer: não deixe de experimentar as Salteñas (que são as melhores empanadas da vida) e uma humita, que é tipo uma pamonha recheada. Essas são duas comidas típicas, mas são lanchinhos. Recomendo experimentar as massas caseiras e peixes – que são de comer rezando. Dá para se basear no Google Reviews e TripAdvisor para achar bons restaurantes perto da sua hospedagem.

Salta é um ponto central para vários locais legais de se conhecer, por isso serve como uma cidade base. Aqui são os principais locais que recomendo e tempo:
- 2 dias em Salta
- 2 dias em Purmamarca & Salinas Grandes – mais detalhes abaixo
- 2 dias em Cafayate – para conhecer as vinículas
O caminho entre Cafayate e Salta é bem lindo. São formações rochosas incríveis, como as das fotos abaixo. Recomendo parar para visitar o Anfiteatro e a Garganta del Diablo. São atrações que ficam do lado do asfalto, não há desvios, ficam no caminho mesmo. São atrativos gratuitos e não leva muito tempo para conhecer.


Purmamarca: é uma comunidade de uns 2 mil habitantes que fica à cerca de 2200m acima do nível do mar. Tem uma forte característica indígena e é bem turística. É lá que está el Cerro de los 7 Colores e é a cidade base para ir visitar as Salinas Grandes.
É ideal dormir uma noite lá até para poder aclimar à altitude, já que para ir às Salinas Grande você terá que subir a Cuesta de Lipán e passar por uma altitude de mais de 4 mil metros. É necessário levar com você um chá ou bala de coca para não passar mal com a altitude. Também tome bem mais água do que o habitual e Ibuprofeno pode ajudar com os sintomas.

Em Pumarmarca, num meio dia você pode conhecer o Cerro de las 7 colores (não há muito o que fazer além desse Cerro) e no outro dia dá para ir conhecer as Salinas Grandes. É legal tirar um dia inteiro para poder ir com calma, pois a Cuesta de Lipán é muito linda e há animais selvagens para avistar no caminho (como Llamas e Vicuñas).

Em Salinas Grandes você pode fazer um tour pelo salar por menos de 50 soles por pessoa. Não fizemos pois íamos para o Salar de Uyuni (Bolívia) duas semanas depois.
Para esse roteiro são cerca de 2-3 dias de deslocamento (6 dias no total – Saindo de Floripa) e 6 dias para curtir com calma a região. Para quem tem mais de 2 semanas de férias, vale a pena extender a viagem ou para o Deserto do Atacama no Chile, ou Puno no Peru.
É uma road trip muito bacana! Vale a pena =)
Se ficar mais alguma dúvida, é só deixar nos comentários. Boa viagem!